22.7.10

Foi!

E um dia simplesmente passou.
Simples assim.
Ela não sabia bem ao certo quando, nem como.
Mas um dia, simplesmente se deparou com a ausência.
Olhou as fotos esperando sentir o familiar aperto de saudade no peito.
Nada!
Leu as palavras, esperando sentir uma gota de ciúme... e nada!
Meio sádica, colocou aquela música que tanto lembrava ele.. e, nem sinal de nada.
Fechou os olhos e lembrou da voz, das músicas, com mais intensidade. Um levo tremor, suave. Mas assim leve como veio, assim foi. Abriu os olhos e sorriu.
Estava livre. Do passado, das promessas, das cartas e das letras. Das brigas e ciúmes. Dos beijos e das noites.
E a sensação foi como quando se tira antigas roupas e bagunças dos armários. Você observa orgulhoso sua obra e anseia pelo que virá preencher aquele lugar.
Um sorriso se espalhou pelo seu rosto, um brilho novo nos olhos. Um suspiro: Era isso. Não mais doeria ouvir as melodias que embalavam aqueles dias. Agora, se havia algum sentimento, era apenas a alegria de ter vivido aquela época.
E seu coração bateu mais suavemente, leve.
Uma prece se formou em sua mente. Que encontrasse aquele que um dia foi o bem amado. E que ele estivesse bem. Pois agora, ela havia finalmente se livrado. Esperava que ele também não a tivesse guardado na memória com dor. Somente com aquela leveza bonita de um amor que existiu, alcançou os céus no seu ápice, mas virou outra coisa. Só saudade boa, não aquela vontade irremdíavel e urgente de reviver tudo.
E os planos parao futuro finalmente se tormaram mais firmes, mais felizes, sem falsos medos.
E a noite se fez mais feliz naquela hora.