De tanto que já calei
E gritei o mais alto que pude dentro de mim
De tudo que pensei
Idéias, sentidos,palavras
Que não se tornaram fisicas
Ficaram apenas á pairar
No limbo de minha mente
De muito que vi,
e das outras coisas que apenas meus olhos interpretaram
das vezes que baixei o olhar, calei, senti, prendi.
Das ondas de um mar imenso que habita minha alma
mar calmo, mar, moradia de temporais também
De tudo que toquei com as mãos do pensamento
De muito que fingi não ver, não sentir, não imaginar
De algumas coisas que abdiquei, dando desculpas quaisquer para mim mesmo
Justificando com a razão, contando alguma história pro coração, evitando olhar
Analisar melhor, colocar partes e partes em um microscopio
Criticar, criticar,criticar. Concertar?
De muito, realmente muito que deixei inacabado
De mais que disse esquecer, ignorar, mas que talvez no fundo, existe ainda
De tudo aquilo que fez brotar dos olhos lágrimas incoerentes
E eu lá entendo de coêrencia em certas coisas?
Asolutamente... absurdamente
mas de tudo isso.. Hoje, uma grande parte ficou para trás.
Num teatro de vidas vazias, quero conteúdo a minha.
Quero cenários. E malas novas.
Quero alguns caminhos. Um e outro desvio. Algum atalho bem posicionado?Ou mal talvez... Assim se aprende muito...
Quero olhos fechados, não quero olhares desviados.
Uma firmeza encontrada em algum lugar qualquer
Quero sinceridade, na voz, nos gestos, no não e no sim.
Quero riscos, e alguma cor.
Quero uma luminisidade modificada.
Simplesmente quero levantar os olhos, respirar fundo
E recomeçar...

Me reescrever,me reinventar...Me descobrir nos lugares mais distantes e remotos, me achar dentro de mim mesma...
Porque é assim ... sempre.
E vai ser.