Correntes

Passos apressados
Respirar entrecortado

Joelhos que se dobram

Chão que se aproxima

E a textura que lhe toca.

Vira se, olha o infinito do céu

Abre os braços, tentativa de abraçar aquela cor lá no alto

Um sorriso que surge

Lágrimas que rolam até tocar a terra

Um profundo respirar

E um grito.

Que corta o silêncio

Tão forte, tão profundo

Que vem do recanto mais remoto da alma

Incoerente, intenso, sentido, apenas

E depois, o nada.

Um olhar vago,

Sorriso oblíquo.

Levanta-se como se nada tivesse acontecido.

Mas sabe o que aconteceu

Liberta por si só

Afinal, não há como não notar

Não estão mais lá, as correntes

Nos pulsos, nos pés...